quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Resenha do livro: “A Galáxia da Internet” de Manuel Castells


Manuel Castells é um sociólogo Espanhol que sempre se destacou nos estudos e teses sobre comunicação, entre tantas publicações uma delas foi o livro: A Galáxia da Internet, publicado no ano de 2003, o qual será melhor descrito no decorrer deste texto.
 O autor abre o livro “A Galáxia da Internet” com a comparação de que a tecnologia da informação significa hoje tudo que a eletricidade foi na Era Industrial, ou muito mais. Sua capacidade de chegar a todos os lugares é tão rápida quanto a chegada da eletricidade. A Internet passou a ser a base tecnológica para a forma organizacional da Era da Informação, ela vem tornando-se a principal rede distribuidora de informações. Ela também é um meio de comunicação que pela primeira vez permite a comunicação de muitos com muitos.  
  Em setembro de 1969, a origem da Internet pode ser encontrada na Arpanet, redes (conjuntos de nós interconectados) de computadores montada pela Advanced Research Projects Agency (ARPA). A ARPA foi formada em 1958 pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, com a missão de mobilizar recursos de pesquisas e com o objetivo de alcançar superioridade tecnológica militar em relação a União Soviética na esteira do lançamento do primeiro Sputnik, em 1957.    
A explosão da Internet deu-se nos últimos anos do segundo milênio. Dados apontam que em 1995, o primeiro ano de uso do “www” (world wide web), já haviam 16 milhões de usuários de redes de comunicação por computador no mundo. Seis anos depois, início de 2001, esse número salta para 400 milhões. No livro, publicado em 2003 Galáxia da Internet, Manuek Castells aponta que em 2005 a marca seria de um bilhão, e que em 2010 o número seria superior a dois bilhões de usuários. Castells cita que ser excluído de uma rede é uma das formas mais danosas de sofrer exclusão em nossa cultura.    Ainda sugere-se uma nova economia, com negócio eletrônicos, empresas “ponto.com”, com a comercialização da Internet.
            As universidades mantinham redes comunitárias, que, através desta relação (universidades e movimentos de base), auxiliaram para a rápida difusão, de forma aberta, gratuita. Sem a contribuição cultural e tecnológica das redes pioneiras, de base comunitária, a internet teria tido uma aparência diferente, e provavelmente não teria essa rápida expansão pelo mundo. Surge uma Internet com características na abertura, tanto na arquitetura técnica, quanto em sua organização.
Segundo o autor a cultura dos produtores da Internet moldou o meio, ou seja, a cultura da Internet é a cultura dos criadores da Internet. Ela é caracterizada por uma estrutura em quatro camadas culturais que estão hierarquicamente dispostas: Tecnoelites: Uma cultura resulta da contribuição para o avanço de um sistema tecnológico, que proporciona um bem comum para a comunidade de seus descobridores. Hackers: A ética hacker é a característica cultural da sociedade informacional. A cultura hacker, diz respeito ao conjunto de valores e crenças que emergiu das redes de programadores de computador que interagiam on-line em torno de sua colaboração em projetos autonomamente definidos de programação criativa. Portanto, hackers são aqueles que a cultura hacker reconhece como peritos em programação. Comunidades virtuais: Os primeiros usuários de redes de computadores criaram comunidades virtuais. Essas comunidades foram fontes de valores que moldaram comportamento e organizações sociais. Alguns usuários envolvidos nessa interação social eram tecnologicamente sofisticados, como os pesquisadores da Arpanet que criaram uma das primeiras listas de correspondência temática, a SF-Lovers (para amantes da ficção científica). Essas comunidades trabalham com base na comunicação livre e na formação autônoma de redes. Empresários: A Internet foi o meio indispensável e a força propulsora na formação da nova economia. Enquanto os investidores financeiros tentam ganhar dinheiro prevendo o comportamento futuro do mercado, os empresários da Internet vendem o futuro porque acreditam poder fazê-lo.  O ponto crítico é convencer os mercados financeiros de que o futuro está ali e depois tentar vender a tecnologia aos usuários, fazendo a previsão funcionar.
A cultura da Internet é uma cultura feita de uma crença tecnológica no processo dos seres humanos através da tecnologia, levando a cabo por comunidade de hackers que prosperam na criatividade tecnológica livre e aberta, incrustada em redes virtuais que pretendem reinventar a sociedade, e materializada por empresários movidos a dinheiro nas engrenagens da nova economia.
O uso adequado da Internet tornou-se uma fonte decisiva de produtividade e competitividade para negócios de todo o tipo. Empresas como AOL, Yahoo!, Amazon e muitas outras inventaram, de maneira ousada, um novo modelo de negócio, no qual utiliza-se as ferramentas que a galáxia da Internet tem a oferecer, tanto para a empresa, quanto para o consumidor.
A essência do negócio eletrônico está na conexão em rede, interativa, baseada na Internet, entre produtores, consumidores e prestadores de serviços, com capacidade de interagir. Os usos da internet são esmagadores instrumentais ligados a trabalho, família e a vida cotidiana. O e-mail representa mais de 85% do uso da internet. A internet foi apropriada pela pratica social, em toda sua diversidade embora essa apropriação tenha efeitos sobre a pratica social. A representação de papeis e a construção de identidade como sabe da interação on-line representam pouca sociabilidade baseada na internet, muita encontrada em adolescente. Movimentos sociais e o processo político usam da Internet e o farão cada vez mais, como instrumento privilegiado para atuar, informar, recrutar, organizar, dominar e contradominar. O ciberespaço torna-se um ambiente disputado.
Ações deliberadas que visam a transformação de valores e instituições na sociedade manifestam-se através da Internet. São vários movimentos, com os mais diversos interesses. A Internet permite a expressão por parte dos indivíduos ou coletivamente, a interferência em websites das redes eletrônicas de agências do governo ou empresas, visados como representativos de opressão ou exploração. Um exemplo disso é o caso dos “protestos hacker-ativistas”, que variam de sabotagem individual à invasão dos websites restritos de agências ou companhias para protestar contra seus objetivos. A Internet também ajusta-se às características básicas do tipo de movimento social que está surgindo na Era da Informação.
Os indivíduos buscavam seu crescimento intelectual, eles queriam sair da cidade, e as redes cívicas eram a única escolha para a maioria. A Internet tornou-se um novo ambiente tecnológico de mobilização social, possibilitando a entrada de pessoas pouco instruídas, pobres, desinformadas e aquelas que não tinham acesso adequado ou disponível.
Conclui-se, portanto, que a internet revolucionou a comunicação global, dados mostram que milhares pessoas se conectam diariamente. A internet viabiliza as transações no mundo dos negócios e no mundo financeiro, aproxima pessoas, possibilita que os indivíduos expressem suas idéias e vontades, viabiliza conhecimentos e relacionamentos pessoais. Constituísse num meio de comunicação de certa forma democrático, onde de certa forma todos que tem acesso a esse meio podem manifestar suas opiniões sobre determinados assuntos, o que possibilita um dialogo diferenciado sobre os demais meios de comunicação.
Embora o acesso a internet tenha avançado muito, quebrando fronteiras, saindo das cidades, avançando pelas áreas rurais do país, ainda uma grande parte da população não tem acesso a este meio. Neste sentido apontasse a necessidade de ampliar o acesso e a capacitação para usar este meio com todas as potencialidades e recursos que oferece.
A cada dia aumentasse ainda mais o acesso a internet, aumentando assim as redes sociais, possibilitando interações entre atores sociais, como refere-se a autora do livro REDES SOCIAIS DA INTERNET, Raquel Recuelo. A autora cita que as interações geram relações e laços sociais, no início a maioria são fracos, porem intensificando-se com a frequência e a intensidade destas interações.
A internet é, portanto uma nova forma de relacionamento entre os sujeitos/indivíduos e destes com o mundo.

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